sexta-feira, 4 de abril de 2014

O traje da sede


 Tu cresces sobre o solo das Estações.
És a minha fome,
o pão, o peixe e a carne
santificados pela eternidade da vida na raiz
profana das searas,
no teu corpo de oceano sem praia,
de imenso prado ondulante.
Tu vives no som cúmplice das Nascentes.
És a minha sede,
a fogueira láctea no baptismo diário do sol,
o rio perene
no silêncio dos murmulhos,
a jazida plasmada na foz das águas
bebidas sem distância.
Perco-me, procuro-me e encontro-me em ti!


João Veríssimo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Doce visão das coisas