segunda-feira, 21 de abril de 2014

Teu corpo é casulo de infinitas sedas


Teu corpo é canoa
em que desço
vida abaixo
morte acima
procurando o naufrágio
me entregando à deriva.
Teu corpo é casulo
de infinitas sedas
onde fio
me afio e enfio
invasor recebido
com licores.
Teu corpo é pele exata para o meu
pena de garça
brilho de romã
aurora boreal
do longo inverno.

 Marina Colasanti 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Doce visão das coisas