sexta-feira, 23 de maio de 2014

(Que seria de nós se nos roubassem os pontos de interrogação?


Como é que eu,
ouvindo tão mal, distingo
o teu andar desde o princípio do corredor?
Como é que eu,
vendo tão pouco, sei
que és tu chegas, conforme a luz?

Como é que eu,
de mãos tão ásperas, desenho
a tua cara mesmo tão longe dela?

Onde está
tudo o que sei de ti
sem nunca ter aprendido nada?

Serei ainda capaz
de descobrir a palavra
que larga o teu rasto na janela?
 

(Que seria de nós
se nos roubassem os pontos de interrogação?)
 

Mário Castrim
ps:
na leve ardência das artérias,onde decifras meu nome no teu.
O sangue que jorra murmura pleno de sentidos o néctar que embriaga quando penso em beijo
em boca,a tua. Pode alguém morar dentro de outro tão longe
e vagar pelo corpo através do pulsar do coração?


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